14 maio, 2011

Deixa-me partir... ou então mata-me

Morre cabrão, solta-me seu maldito, seu demónio. Torna-te defunto, esvai-te e corrói nas tuas próprias entranhas.
Morre cabrão, larga-me. Abandona meu corpo, dá descanso à minha alma. Deixa que me liberte desta insensatez e que saboreie o meu repouso.
Morre cabrão, seu energúmeno, desfaz-te em dejectos e espalha-te pelas chamas flamejantes de todas as fogueiras de todos infernos.
Morre cabrão, abandona-me bicho vadio, deixa que me desate de todos estes nós. Simplesmente isso, apaga-te, desfaz-te, derrete, mistura-te com o nada. Sê o nada.
Cabrão, se não morres nem me deixas ir, deixa que me golpeie nos pulsos, que beba meu sangue e que nele sufoque. Sacia minha sede com o mais fatal de todos os venenos. Mata-me, liberta-me.
Cabrão, se não morres nem me libertas, nem sequer pela minha morte, faz de mim um teu semelhante, tal e qual a tua demoníaca identidade. Fá-lo e lutarei com forças idênticas aquelas com que me dominas.

Vais fazê-lo? Agradeço-te.

Cabrão, agora, depois do acto consumado não me voltes as costas, não agora que temos forças iguais. Agora lutarei contra ti e vencer-te-ei. Irei matar-te e quando o fizer… agradecer-me-ás por te ter libertado.

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